domingo, 24 de janeiro de 2010

Estou fazendo minha parte, e você?

Como no artigo anterior, postei sobre nosso papel na cobrança aos politicos quanto ao cumprimento de suas obrigações, sobre nossa atuação prática nessa cobrança, e não nos acomodarmos em sentar no banco da praça e reclamar ao sabor do vento que o Brasil é isso, o Brasil é aquilo e etc.

Assim, tenho feito isso. Tenho cobrado.

Um dos políticos que têm me surpreendido pelo menos por sua atenção, respondendo perguntas, e esclarecido dúvidas, tem sido o Senador Demóstenes Torres (senador@demostenestorres.com). Através de seu Twitter, @demostenes_go, "conversamos" e ele me deu a liberdade de lhe enviar sugestões de projetos de lei. Assim o fiz, e achei interessante divulgar aqui no blog. Vai que eu consigo neste gesto simples, motivar aos que lerem este artigo a fazerem o mesmo não só com ele, mas com todos os outros políticos?

Não nos custa tentar.

Só a título de informação, mas para manter a transparência, não sou partidário do senador Demóstenes. Apenas estou divulgando o que ele mesmo tem feito, ou seja, tem sido atencioso em me atender e aos demais que o questionam no Twitter. E desta mesma forma, vou cobrá-lo caso nem mesmo me responda e também o farei por aqui.

Segue abaixo na íntegra o e-mail enviado ao Senador Demóstenes Torres.


De: Márcio Heitor Ranhel Cândido [mailto:marcioranhel@gmail.com]
Enviada em: domingo, 24 de janeiro de 2010 22:06
Para: 'senador@demostenestorres.com'
Assunto: Sugestões

Olá Senador, boa noite.

Temos trocado alguns “tweet’s” onde falamos de algumas sugestões de projeto, e como o Sr. mesmo solicitou, estou enviando aqui minhas propostas e manifestação, afim que o Sr., político sério que é, dê atenção à estes, buscando atender estas demandas, haja visto que não são só anseios particulares meus, mas sim de muitos cidadãos que no dia a dia comentam, reclamam, porém, nunca buscam ao menos fazer o que faço, que é tornar de conhecimento dos políticos.

Infelizmente, alguns de seus colegas de profissão, sequer retornam, demonstrando o completo desinteresse pela causa pública, afinal, somo nós quem colocamos os Srs. no cargo que estão, e somos nós quem pagamos seus salários. Ou seja, teoricamente, os políticos prestam serviços à nós, contribuintes, visando defender nossos interesses, e não seus interesses e de seus partidos. Infelizmente, não é isso que acontece.

Mas enfim, segue abaixo minhas sugestões de projeto, e peço que o Sr. ao menos me retorne, informando destes, se algum será aproveitado, ou melhor, considerado, e gostaria de ao menos conhecer o resultado disso quando levado ao senado.

Um forte abraço, e peço que continue dando atenção à população, ou melhor, aos seus contribuintes.

Projeto 01

Nos Estados Unidos, um congressista flagrado em um crime comum precisa responder normalmente perante um juiz de primeiro grau sem nenhum tipo de regalia. Segundo o Artigo 5º da Constituição Federal Brasileira, todos são iguais perante a lei. A imunidade parlamentar existente no Brasil, é totalmente contra a disposição de nossa constituição federal. Enquanto isso permanecer, surgirão dinheiro em cuecas, meias, bolsas, e etc. Se eu sei que não serei punido, ou que isso será levado para uma CPI para que os interesses partidários sejam colocados à frente dos interesses públicos, o direito e a honestidade com o dinheiro publico, ou melhor, com o respeito aos contribuintes sejam colocados em segundo plano, isso nunca acabará.

Minha sugestão é: vamos copiar os Estados Unidos. Não é correto que eu e o Sr. tenhamos roubado R$ 2,00, ou qualquer valor que seja, nós sejamos julgados de maneira distinta.

Projeto 02

“Para os doentes de linfoma, tipo de câncer que atinge o sistema imunológico, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar que a doença se agrave e cause a morte. Mas os medicamentos que aumentam a chance de cura de 40% para 85%, os anticorpos monoclonais, não são cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”.( http://opovo.uol.com.br/opovo/fortaleza/914242.html)

O Sr. acha justo que enquanto a população carente não tenha acesso à cura do linfoma por exemplo, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) tenha recebido tratamento no hospital Sírio Libanês em São Paulo para seu linfoma? Aliás, a pergunta é: quem pagou pelo tratamento dela neste hospital? Acredito que os cofres públicos.

Minha segunda sugestão de projeto, é que o Sr. leve ao senado, o projeto onde todos os políticos, sejam obrigados a se tratarem pelo SUS, utilizando de filas de espera e tratamentos iguais à população que lhes elegeu, voltando assim a respeitarmos e praticarmos aquilo disposto no artigo 5º da Constituição Federal Brasileira. SOMOS TODOS IGUAIS PERANTE A NOSSA CONSTITUIÇÃO.

Confie em mim: com esta obrigatoriedade, a qualidade do serviço público com certeza vai evoluir e muito!!!

Projeto 03

Um marginal, vagabundo, não gera tributos ao estado e a união, muito pelo contrário, gera despesas à ambas entidades em função da ação da polícia e demais empregos quanto à segurança, tem o direito de receber o auxílio reclusão, garantindo à ele R$ 798,30 mensais ( http://www.previdenciasocial.gov.br/conteudoDinamico.php?id=22). Tomando conhecimento de algo tão ridículo, me desculpe, senador, mas como algo assim pode ser aprovado? Como é que isso pode ser aprovado? O filho do bandido tem auxílio? E o filho de quem ele matou?

Bandido, marginal, tem é que trabalhar na cadeia. Assim ele pode gerar receitas, ajudando a pagar sua “estadia” na cadeia, pagando despesas com alimentação, energia elétrica e etc, além de custear sua eventual família aqui fora.

Além do mais: nos casos de rebelião, queimou colchão, quebrou cadeia e etc, que trabalhe e pague por isso. Enquanto o trabalho do detento não pagar pela despesa que ele gerou, ele não pode sair da cadeia, mesmo que já tenha cumprido sua pena.

Projeto 04

Eu vivi muito de perto a doença psiquiátrica.

É impressionante quando buscamos por ajuda na saúde, e não encontramos profissionais de qualidade, que consigam diagnosticar um caso de depressão, síndrome de pânico e etc.

Infelizmente, existe um preconceito muito grande com relação as doenças psiquiátricas.

Hoje, se em um hospital particular, os médicos não tem capacidade de diagnosticar esses sintomas, não consigo imaginar como deve ser no sistema público.

A idéia é que exista como obrigatoriedade, não só na saúde pública, mas também na particular plantões e profissionais especializados prontos para diagnosticarem sintomas de depressão, pânico e demais doenças psiquiátricas de maniera pró-ativa, ou seja, antes que se agrave.

“Depressão é a enfermidade mais comum, segundo levantamento da Unifesp. Casos dão gasto de R$ 2,2 bilhões anuais com auxílios-doença pela Previdência Social”.

“As doenças mentais são responsáveis por cinco das dez principais causas de afastamento do trabalho no País -- sendo a primeira delas a depressão --, o que representa um gasto de R$ 2,2 bilhões por ano, o equivalente a 19% dos custos com auxílios-doença pagos pela Previdência Social a um universo de 1,5 milhão de pessoas”. (http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL185877-5603,00-DOENCA+MENTAL+E+A+QUE+MAIS+AFETA+O+TRABALHO+NO+BRASIL+REVELA+ESTUDO.html)

Quanto será que o governo pode deixar de gastar com previdência social, se começar a investir no tratamento das doenças psiquiátricas?

Enfim senador, espero que eu possa ter sido útil com os projetos como o Sr mesmo me solicitou.

Entendo que minha parte é cobrar. Assim, eu o farei.

Obrigado!

Márcio H. Ranhel Cândido

msn: marcioranhel@hotmail.com

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Ideologia ou utopia?

As pessoas que me conhecem, sabem que eu sou cabeça dura, e que defendo minhas opiniões até o fim. Talvez alguns leitores mais atentos do Besteirol Caprichado já tenham percebido isso também. Mas, desde que alguém prove que minhas opiniões são equivocadas, tenho a capacidade de reconhecer e pular o lado do muro se for preciso. Mas ai a briga é boa.
Há alguns meses, eu jovem professor de história, bacharelado pela UNESP de Franca (Universidade Paulista, unidade de Franca), pós-graduado, doutorado e que atualmente defende um pós-doc. De repente, ele começou a defender alguns pontos que segundo ele são o mundo perfeito e as visões corretas que devemos ter.
Alguns eu concordei, acho justo.
Porém, alguns outros descordei e a partir deste ponto tive de enfrentar a intransigência, gírias, e até alguns palavrões.
Assim, exponho os temas e meus pensamentos aqui no besteirol, e como a idéia do Blog sugere, para alguns vai ser a verdade, para outros, puro besteirol. Mas pelo menos é de qualidade:

Cotas para negros

Segundo ele, existe sim uma dívida do Brasil junto aos negros, que isso é muito pouco mas pelo menos é algo que o Brasil paga de volta ao negros para pelo menos amenizar o período da escravidão e etc.
Que houve a escravidão, que infelizmente ainda existe o racismo por parte de alguns idiotas, é verdade. Mas vamos pensar pelo lado lógico da coisa que aliás é defendido até por algumas ONG’s que defendem os negros: o negro não é mais burro que o branco, amarelo, e etc. A questão é: a maioria das pessoas, que tem dificuldade em obter um ensino de qualidade por questões sociais, baixa renda e etc, são negros, é outra história. O problema deixa de ser étnico, e passa a ser econômico.

As políticas a serem tomadas devem ter foco no social, e não na etnia. Deixo claro que tenho muitos amigos negros, que acho o racismo totalmente condenável. Não sou contra a valorização e orgulho da etnia, acho isso inclusive válido, pois são fatores culturais, que vêm de suas origens. Mas, o favorecimento em universidades sou contra.
Existem pobres brancos, pobres amarelos, pobres de todas as cores em nosso país. Há que se ter foco no social.

A burguesia fede

Este mesmo camarada comentava ao alto e bom som que Cazuza era quase que um semi-Deus. Desculpem-me seus fãs. Mas não acho.
Quando falei isso e quase apanhei.
Mas vou explicar: todos sabem que ele, assim como o Renato Russo e mais vários cantores e artistas eram drogados, e no caso do cazuza, como segundo sua mãe falou em entrevistas e se não me engano até em livro escreveu, chegou a traficar drogas no trecho Brasil – Inglaterra.
Daí, para mim o grande ponto foi quando ele disse que a frase mais filosófica do semi-Deus Cazuza, foi quando ele escreveu: “A burguesia fede...”
Pois bem, respondi a ele com uma pergunta:
“-Suponhamos que você tenha nascido pobre, e teve diversas e incontáveis oportunidades de se desviar pelo crime, pelas drogas e etc., mas decidiu ir pelo caminho dos estudos, pelo caminho do trabalho, e colheu os frutos por isso, se tornando uma pessoa com bens, com posses. Você sob este seu conceito, é um burguês, então passaria a feder e não valeria nada?”
A resposta como eu esperava foi: “-Não... aí não...”
E ficou por isso mesmo.

Não quero ser hipócrita. Aos que me conhecem, sabem que eu gosto muito das bandas dos anos 80, em especial da Legião Urbana. Ponto.
Acho as músicas legais, acho as músicas e suas letras inspiradoras, mas não saio por aí, cultuando um Deus que não existiu como o Renato Russo. O cara foi um poeta. Mas longe de ser um exemplo a ser seguido.

Karl Marx

Por fim, surgiu a discussão sobre o economista Karl Marx. Segundo este professor, um pensador, um sábio, o homem que vislumbrava a igualdade através de revoltas, que “defendia a idéia de que a classe trabalhadora deveria unir-se com o propósito de derrubar os capitalistas e aniquilar de vez a característica abusiva deste sistema que, segundo ele, era o maior responsável pelas crises que se viam cada vez mais intensificadas pelas grandes diferenças sociais. Ele escreveu um livro, onde mostrava estudos sobre o acúmulo de capital, identificando que o excedente originado pelos trabalhadores acaba sempre nas mãos dos capitalistas, classe que fica cada vez mais rica as custas do empobrecimento do proletariado.”
[1]


Esperem um pouco: é certo que você, que cresceu pobre, que abdicou de uma série de fatores de desvio como ficar numa boa em casa, jogando bola, ou no buteco e etc, que foi estudar, que foi trabalhar, conquistou dinheiro, teve coragem, investiu, superou dificuldades e construiu fortuna, ou como Marx dizia gerou “acúmulo de capital”, seja obrigado a custear aquele que foi justamente na contramão?


Me dá a impressão de estar falando de algo muito recente, chamado bolsa família. Sejamos sinceros. Sabemos que existem famílias que estão na miséria e que realmente precisam de um benefício destes para colocar arroz e fubá em casa. Mas quem de nós não conhece alguma história sobre este benefício, onde a mãe que era faxineira por exemplo, deixou de trabalhar para ficar em casa assistindo vale a pena ver de novo, enquanto todo mês recebe o bolsa família?

Alguns de vocês talvez me crucifixem pela visão capitalista e aversão ao benéfico bolsa família. Mas vejam por exemplo, como o nosso presidente da república, tem DUAS VERSÕES sobre o benefício: http://migre.me/fJyD

Enfim, com tudo isso, cheguei à algumas conclusões particulares:

- Viva a democracia e as diferenças!
- Todo mundo é igual perante à Deus (uma pena que na prática não seja assim também).
- O diploma não diminui o tamanho da orelha de ninguém!
- Pensem bem em quem votar!
- Depois de feito, não adianta reclamar...

[1] Karl Marx. Sua pesquisa.com. Site: http://www.suapesquisa.com/biografias/marx/ acessado em 06/01/2020.