segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Casa de ferreiro, espeto de pau.


Recentemente, dois fatos me chamaram atenção, e despertaram em mim um senso crítico maior que em outras situações. Estes fatos foram a eleição do Palhaço Tiririca, e o resgate dos chilenos presos na mina.
Pois bem. A eleição do palhaço tiririca para mim é a maior demonstração que o povo brasileiro – estou sendo genérico porque é a massa que define a eleição - precisa ainda evoluir muito no que diz respeito ao patriotismo e civismo.
A idiotice de se eleger alguém por voto protesto me desculpe, mas isso não existe. O povo elege cidadãos como o Tiririca, Clodovil e Enéas, porque acham engraçados, e porque querem “zoar na urna”, afinal, mal sabem o que é protesto. Aliás, o mais próximo que esses ignorantes devem ter chegado de um protesto foi quando não pagaram o carnê da loja de eletrodomésticos e tiveram de ir ao cartório. Desculpem-me o humor negro, e o trocadilho, mas essa é minha única forma de protestar contra mais de 1,5 milhão de pessoas que fizeram a grande idiotice de eleger este camarada.
A nossa democracia é tão burra, e tão pouco democrática, que, apoiados no tal do coeficiente eleitoral, junto com um fantoche como o tiririca, arrasta pela legenda partidária, três, quatro, cinco velhacos que já são ratos da política, e que por si só não receberam votos o bastante para se elegerem.
Há alguns meses, escrevi aqui no blog que, o brasileiro só é patriota em épocas de copa do mundo. E é verdade.
Por que hoje se saímos às ruas, não vemos bandeiras do Brasil em frente as casas, pintadas no asfalto, ou crianças indo para a escola com as cores verde e amarela estampadas em camisetas, bandeirinhas, mochilas ou até mesmo em seus rostos?
Somos patriotas em uma situação, onde mais de vinte e dois jogadores profissionais, que ganham por semana o que muito mais do que a metade dos brasileiros não ganham por ano, e que quando tem a chance de representar o Brasil, o fazem recebendo por isso, e ainda com “bichos e premiações” caso vençam. Mas na hora de votarmos, de mostrarmos o nosso patriotismo de verdade, elegendo pessoas com no mínimo um pouco de cultura, e depois de eleitos, cobrá-los por carta, e-mail ou pessoalmente não o fazemos. Elegemos o Tiririca.
Hoje tenho 31 anos. Fiz meu primeiro grau na década de 80, onde ainda existia uma matéria chamada EMC – Educação moral e cívica, que na realidade ainda era um legado disfarçado da ditadura.
Tirando a parte suja da ditadura, em meu entendimento, é uma matéria que nunca deveria ter sido excluída definitivamente, mas sim, reciclada com os ares da democracia.
Se hoje eu dou lugar à uma senhora ou senhor em um banco, fila e etc, ou busco respeitar o mínimo possível alguns preceitos de educação, boa parte dos créditos dou aos meus pais, mas outra boa parte, dou à escola, que me ensinou a respeitar as cores da bandeira, em ser uma pessoa correta e honesta, em ser uma pessoa com o mínimo de civismo necessário para as saber que, votar no Tiririca é dar infinitos passos atrás, é criticar os políticos e punir a si próprio.
Mas, como escrevi no artigo anterior, para os políticos, é muito melhor tirar do povo a educação e a cultura, do que abrir seus olhos para aquilo que se torna claro a medida em que se evolui. Infelizmente.

Paralelo a isso, tocando um pouco no assunto dos mineiros do Chile, se esquecermos que, enquanto não tinha ninguém soterrado a 700 metros, o presidente e demais autoridades mal sabiam onde ficava o deserto do Atacama, me impressionou o fato do patriotismo que o povo chileno demonstrou ter. Seja dentro da mina, onde mal sabiam se de lá sairiam, mas mesmo assim tinham lá consigo uma bandeira chilena, e gritavam e cantavam de maneira empolgada e vibrante o hino do Chile e a canção que só me lembro do “Chi-Chi-Chi, le-le-le...”
Por fim, nos resta torcer para que o ministério público de São Paulo consiga provar que o Tiririca é um analfabeto, e que não pode assumir o pleito.

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