terça-feira, 8 de setembro de 2009

Nosso idealismo é capaz de mudar o mundo?

Sempre fui um cara que conhece muita gente. Desde meus tempos do antigo pré-primário, vira e mexe eu era líder de sala, membro do grêmio ou acabavam “elegendo-me” para pedir para a professora deixar a gente ir embora mais cedo, ou acabar matando a última aula. Isso se estendeu até o serviço militar, universidade e em meu dia a dia.

Como não poderia deixar de ser, sempre ouvi das pessoas mais próximas, perguntas como: “-Por que você não entra para a política...” e etc. Sou franco em confessar que por diversas vezes isso já passou pela minha cabeça.

Aos que me conhecem, sou um cara idealista, e tive a graça de Deus de ter um pai e uma mãe que me educassem a ponto de entender que honestidade nunca é demais. Encho meu peito de orgulho para falar isso sem demagogia, porque me cuido para me manter assim.

Minha opinião é forte, e muito difícil de dar um passo atrás quando tenho certeza de algo. Já falei muita asneira? Demais. Mas acho que na maioria delas, tive a hombridade de pedir desculpas, principalmente quando vejo que as palavras não foram meramente jogadas, mesmo que por brincadeira.

Por que então, não me tornar um político, e lutar contra tudo aquilo que vejo de errado nas ruas como o tiozinho que com seus setenta e poucos anos empurra um carrinho de picolé sob um sol de 35°, ou lutar por aquela família que não tem condições de pagar um plano de saúde e passa horas na fila do P.S. público clamando por socorro enquanto seu filho agoniza em uma maca velha – se houver maca...

No último sábado, estava em casa quando começou na rede Globo o programa Caldeirão do Huck. Assisti ao quadro lar doce lar, e confesso que me emocionei ao ver tamanha a simplicidade, humildade e fé em Deus de um que acabara de ganhar a reforma de sua casa, em alguma cidade em que o Luciano Huck dizia até não existir no mapa.

Nesse momento, me veio à tona a pergunta mais uma vez: “Por que eu não me torno um político e busco fazer algo para mudar isso?”

Mas ao mesmo tempo, pensei: “Sozinho, não se constrói nada neste sentido. De nada vai adiantar alguém que brigará pelas pessoas que precisam, ou contra a injustiça que muitos sofrem...”

No primeiro projeto “obscuro” que eu disser um não, terei comigo uma série de novos inimigos aos meus projetos por algo de interesse do povo, ao final, na maioria dos casos, principalmente os atuais, o que importa é quem da família entrará na divisão do bolo, ou quanto da verba vai dar pra entrar na caixinha.

Pode ser que um dia eu mude de idéia e tente de alguma forma colocar meu idealismo na política. Talvez. Mas, por enquanto, tento fazer minha parte por aqui no blog, escrevendo meus pensamentos, e quem sabe um dia um artigo destes caia na web pra valer, e consiga começar a mudar as pessoas, deixando de fazer com que elas votem em alguém porque vai lhe dar uma cesta básica hoje e depois nunca mais vai aparecer na sua favela.

Como dizia Bezerra da Silva da música Candidato Caô Caô:

“Ele subiu o morro sem gravata

Dizendo que gostava da raça

Foi lá na tendinha

Bebeu cachaça

E até bagulho fumou

Foi no meu barracão

E lá usou

Lata de goiabada como prato

Eu logo percebi

É mais um candidato

Às próximas eleições...

... Meu irmão se liga

No que eu vou lhe dizer

Hoje ele pede seu voto

Amanhã manda a polícia lhe bater...”

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